Aprendi

Aprendi que não posso exigir o amor de ninguém... Posso apenas dar boas razões para que gostem de mim... E ter paciência para que a vida faça o resto...

Ainda há Esperança

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abreu e lima, pernambuco, Brazil
uma pessoa seria simpatica e estrovertida.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Igreja Universal: Ministério Público denuncia Edir Macedo por lavagem de dinheiro


O juiz da 9ª Vara Criminal de São Paulo, Glaucio Roberto Brittes de Araújo, aceitou nesta segunda-feira denúncia do Ministério Público Estadual contra o bispo Edir Macedo e outras nove pessoas ligadas à Igreja Universal do Reino de Deus (Iurd). Eles são acusados de lavagem de dinheiro desviado da Universal, de maneira reincidente e com organização criminosa, e formação de quadrilha. O dinheiro dos fiéis era repassado a empresas de fachada ligadas à Universal, que mandavam os recursos para paraísos fiscais no exterior. O dinheiro voltava ao país para a compra de empresas de comunicação e outros bens. É o que mostra reportagem de Adauri Antunes Barbosa, Flavio Freire, Ricardo Galhardo e Soraya Aggege na edição desta terça em O Globo.

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Segundo a denúncia, Macedo seria o chefe de uma quadrilha que usava empresas de fachada para desviar recursos provenientes de doações dos fiéis da Universal e praticar uma série de fraudes.

Apenas em 2004 e 2005, as empresas Unimetro Empreendimentos e Cremo Empreendimentos teriam recebido R$ 71 milhões da Igreja Universal. O dinheiro seria usado em benefício da quadrilha denunciada, o que, em tese, desvirtuaria a finalidade das doações à Universal, que tem isenção de impostos.

Edir Macedo não aparece nominalmente como sócio das empresas, mas depoimentos e outras provas colhidas ao longo das investigações apontam o fundador e líder da Universal como verdadeiro dono das empresas montadas para lavar o dinheiro recolhido de fiéis.

Os integrantes da quadrilha são acusados tanto por obrigar fiéis a fazer doações como por dar aparência legal às transações financeiras do grupo. Um desses fiéis, que sofre de doença mental, chegou a doar a totalidade de seu salário, fazer empréstimo bancário e vender um terreno por preço irrisório para doar todo o dinheiro à Universal. Em troca, recebeu uma “chave do céu” e um “diploma de dizimista” no qual assina como “abençoador” ninguém menos do que Jesus Cristo.

A rede de TV do bispo também esta envolvida na investigação.

Macedo também é acusado de usar o nome de laranjas para comprar emissoras de rádio e TV que hoje compõem a Rede Record. Em alguns casos, Macedo teria fraudado procurações assinadas por estes laranjas para, posteriormente, transferir as ações das emissoras para seu próprio nome ou de pessoas acusadas de participar da quadrilha.

Além de Macedo foram denunciados Alba Maria da Costa, Edilson da Conceição Gonzales, Honorilton Gonçalves da Costa, Jerônimo Alves Ferreira, João Batista Ramos da Silva, João Luis Dutra Leite, Mauricio Albuquerque e Silva, Osvaldo Sciorilli e Veríssimo de Jesus. Aceita a denúncia, todos foram transformados em réus.

O juiz determinou que os réus respondam à acusação, por escrito, num prazo de dez dias. Procurado, o juiz não se pronunciou sobre o caso. O promotor do Gaeco Roberto Porto se recusou a comentar o caso, alegando que corre em segredo de justiça.

Ninguém foi encontrado nesta segunda na Universal para responder às denúncias. Nos locais onde funcionariam a Unimetro e a Cremo não havia quem falasse sobre o caso. A TV Record não quis comentar.

A igreja arrecada R$ 1,4 bilhão por ano com dízimos. O volume movimentado pela Universal entre 2001 e 2008 foi de aproximadamente R$ 8 bilhões. Apesar de não pagarem impostos, as igrejas devem declarar as doações.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Mulher de Kaká vai abrir igreja evangélica em Madri

Caroline Celico, mulher do jogador de futebol Kaká, vai abrir uma igreja evangélica em Madri, na Espanha. Ela anunciou as pretensões em um culto na Flórida, nos Estados Unidos. Caroline foi apresentada aos fiéis pela Bispa Sônia.

"Como pode alguém no meio da crise ter dinheiro? Deus colocou esse dinheiro na mão do Real Madrid para contratar o Kaká. Nós vamos poder abrir uma igreja lá. Existem vidas que têm que ouvir essa palavra", disse.

Em seu testemunho, ela ainda falou sobre o fato de perder a virgindade só após o casamento. "Eu fiz uma aliança com o Senhor: quem ama espera. Quando eu conheci o Kaká eu não era convertida e acabei me apaixonando pela Renascer. Ele tinha colocado no meu espírito casar virgem. Eu não tinha dividido com o Kaká e pensei que quando eu falasse, ele iria me largar. Quando eu contei, teve aquele silêncio. Eu pensei que iria acabar. Mas ele disse: 'Esse foi o sinal que eu tinha pedido para o Senhor'", contou, antes de falar do "lado ruim" do sexo, das drogas e da prostituição. "Eu não me arrependo de nada", completou.

Caroline ainda ressaltou o fato de o marido ter resistido às ofertas de outras mulheres. "É muito assédio no mundo do futebol. Vocês devem ver notícias de outras pessoas por aí", disse.

Testemunhas de Jeová e rejeição do sangue: ponto de vista bíblico


Testemunhas de Jeová e rejeição do sangue: ponto de vista bíblico

- Uma mulher de 61 anos, testemunha de Jeová, faleceu no sábado passado em Sevilha (Espanha), após ter sofrido um acidente de carro, porque em um documento de vontades antecipadas, rejeitava receber qualquer tipo de transfusão sanguínea devido às suas convicções religiosas.

Está baseada na Bíblia a proibição de comer ou receber sangue, inclusive por transfusão, ou de qualquer outra forma? A esta questão responde nesta análise Vicente Jara Vera, membro da Rede Ibero-americana de Estudo das Seitas (RIES), diretor do programa “Conheça as seitas”, emitido quinzenalmente pela Rádio Maria na Espanha.

* * *

O problema

São numerosas as notícias sobre negativas de membros da seita das Testemunhas de Jeová para realizar transfusões de sangue, e de complicações, às vezes com o falecimento do paciente, ao não poder atendê-los devidamente em um hospital diante de uma cirurgia ou um transplante de órgão. Muitos destes acontecimentos podem ser conhecidos na documentação da Rede Ibero-americana de Estudo das Seitas (RIES), especialmente no boletim eletrônico Info-RIES.


Sobre a seita das Testemunhas de Jeová

Recordemos que as Testemunhas de Jeová não são cristãs. São uma seita, já que se fazem passar pelo que não são, por cristãos. E não podem ser uma igreja cristã porque não acreditam no dogma da Trindade e na divindade de Jesus como Filho de Deus encarnado, a quem consideram como criatura excelsa, primeira no plano de Deus, que para eles é similar ao arcanjo Miguel.

As Testemunhas de Jeová mudaram várias passagens da Bíblia para adaptá-las às suas próprias ideias, que nenhum estudioso, crente ou não, poderia encontrar nos textos originais. Portanto, são um grupo com expressões e formas religiosas parecidas com as cristãs, mas que tentam fazer-se passar por uma igreja cristã sem sê-lo. Em definitivo, são uma seita, que pretende ter mais e mais adeptos e mais e mais dinheiro deles e, assim, maior influência.

Em que as Testemunhas de Jeová baseiam sua negativa de receber sangue?

Os textos que eles utilizam para negar-se a receber sangue são os seguintes, principalmente do Antigo Testamento, e um do Novo Testamento – este último analisaremos posteriormente em outra parte; vamos agora aos textos do Antigo Testamento:

Gênesis 9, 3-6: “Tudo o que se move e possui vida vos servirá de alimento, tudo isso eu vos dou, como vos dei a verdura das plantas. Mas não comereis a carne com sua alma, isto é, o sangue. Pedirei contas, porém, do sangue de cada um de vós. Pedirei contas a todos os animais e ao homem, aos homens entre si, eu pedirei contas da alma do homem. Quem derrama o sangue do homem, pelo homem terá seu sangue derramado. Pois à imagem de Deus o homem foi feito”.

Levítico 3, 17: “É para todos os vossos descendentes uma lei perpétua, em qualquer lugar onde habitardes: não comereis gordura nem sangue”.

Levítico 17, 10: “Todo homem da casa de Israel ou estrangeiro residente entre vós, que comer sangue, qualquer que seja a espécie de sangue, voltar-me-ei contra esse que comeu sangue e o exterminarei do meio do seu povo”.

Levítico 17, 13-14: “Qualquer pessoa, filho de Israel ou estrangeiro residente entre vós, que caçar um animal ou ave que é permitido comer, deverá derramar o seu sangue e recobri-lo com terra. Pois a vida de toda carne é o sangue, e eu disse aos israelitas: ‘Não comereis o sangue de carne alguma, pois a vida de toda carne é o sangue, e todo aquele que o comer será exterminado’”.

Deuteronômio 12, 23: “Sê firme, contudo, para não comeres o sangue, porque o sangue é a vida. Portanto, não comas a vida com a carne”.

Todos estes textos são claros e rotundos em sua proibição: não é lícito comer sangue animal porque é comer a vida. Analisaremos a seguir seu sentido e os situaremos em seu contexto, deixando para mais adiante o texto do Novo Testamento, que também utilizam para apoiar suas ideias.

O significado do sangue para os povos semíticos

Nos povos semitas do Oriente, o sangue era visto como o elemento onde residia a vida, o elemento vital e vitalizante dos seres vivos. Ao matar um animal, na morte de qualquer pessoa ou em um sacrifício, o sangue vertido indicava claramente que a vida ia embora conforme o sangue ia saindo.

A perda de sangue era também sintoma de fraqueza, de perda de vitalidade, de vida. Para os antigos, o sangue brotava do coração e a parada cardíaca indicava a morte da pessoa. Recordemos, além disso, como a mitologia da Mesopotâmia conta que o deus Marduk (deidade babilônica), o principal dos deuses, propôs-se a criar os homens para que adorassem as divindades; para isso, amassou argila com o sangue de um deus rebelde – posteriormente considerado um demônio – de nome Kingu.

Com este transfundo mesopotâmico, fica claro que nos antigos sacrifícios animais do povo de Israel se oferecia a vida a Deus e isso significava derramar o sangue do animal sacrificado. O sangue era a vida e ela era propriedade de Deus; daí que não se podia tomar o que pertencia a Deus. O pecado, a infração, estava, portanto, em tomar pelo homem o que não lhe correspondia, o que é de Deus.

Esta visão do sangue como vida é também a razão pela qual do mais terrível dos demônios mesopotâmicos, Lilitu ou Labartu – que no Poema de Gilgamesh se denomina como Lillake – se dizia que matava as crianças e bebia o sangue delas, isto é, seu pecado era arrancar-lhes a vida, propriedade de Deus, sendo por isso a primeira figura vampírica conhecida da história.

E não nos esqueçamos como, “na noite em que foi entregue, o Senhor Jesus tomou o pão e, depois de dar graças, partiu-o e disse: ‘Isto é o meu corpo, que é para vós; fazei isso em memória de mim’. Do mesmo modo, após a ceia, também tomou o cálice, dizendo: ‘Este cálice é a Nova Aliança em meu sangue; todas as vezes que dele beberdes, fazei-o em memória de mim’”. (1 Cor 11,24-25).

Recordemos que, na Antiga Aliança, o pão e o vinho eram oferecidos como sacrifício entre as primícias da terra, em sinal de oferenda a Deus. Também o sacerdote Melquisedeque, figura de Cristo, ofereceu pão e vinho (Gn 14, 18). Junto a isso, a saída de Israel do Egito e o contexto do Êxodo dão ao vinho – no qual nos centramos – um caráter festivo no final do banquete judaico e uma dimensão escatológica de espera messiânica. O vinho é “verdadeira bebida” e bebê-lo é “ter a vida em Cristo, que é Deus, e permanecer n’Ele” (cf. Jo 6, 53-56).

Na antropologia semita, o princípio vital do sangue se relaciona com o suspiro ou a respiração, é o “ser vivente”, a vida, e se designa como nefesh. A nefesh ainda permanece na carne morta, no cadáver – daí que se possa tomar essa vitalidade quando se toma o sangue do animal ou da pessoa morta. Uma coisa diferente ocorre com seu espírito, o ruaj que, ao morrer o homem, vai para o além ou sheol. Daí que na antropologia semítica exista tanta unidade entre a carne (basar) e o princípio vital ou nefesh, mas é a ausência da ruaj que, ao não estar presente após a morte do ser humano, torna-o não-vivo.

Por outro lado, os animais não têm ruaj, mas basar e nefesh. Recordemos que os gregos traduziram nefesh como psykhé e este termo passou ao latim como anima, que é a nossa “alma”, ainda que é mais correto dizer que a alma está na ruaj (que se transformou em “espírito”) e não no psíquico, no nefesh que, como dizemos, ainda permanece no cadáver.

O sangue em si mesmo

Ainda sendo um assunto muito conhecido em sua existência, somente nos séculos XIX e XX conseguiu-se entender o seu verdadeiro significado fisiológico, sendo o que mais motivou a inventiva e o que maior impacto teve no pensamento popular, mítico e religioso durante todas as épocas e culturas ao longo do mundo.

Como qualquer povo, o povo de Israel se desenvolveu sob uma influência e uma cultura centralizadas nas civilizações do Oriente Médio, o que levou a assumir muitas ideias pré-científicas próprias do seu entorno. As leis sobre o sangue se enquadram em uma época determinada, uma cultura, uma mentalidade; e assim ocorreu com os demais povos e civilizações.

Plínio o Velho contava que por volta de 100 da nossa era, no circo as pessoas eram lançadas à arena para beber o sangue dos gladiadores ainda moribundos e assim poder adquirir sua força e valentia. Outros grupos étnicos da Ásia e da América Central e do Canadá tinham por costume, há dois milênios, tomar o sangue dos seus inimigos e de animais para fortalecer-se e adquirir as propriedades dos animais.

Pesquisadores e cientistas do século XVII que começaram a realizar as primeiras transfusões sanguíneas às vezes davam sangue animal a pessoas com o fim de variar o caráter do receptor, havendo inclusive histórias de uma mulher que, tendo recebido sangue de gato, miava às noites sobre o telhado de sua casa.

Deixando de lado aspectos insustentáveis, temos de dizer que até pouco tempo atrás era considerada pela ciência, em seu desconhecimento do sangue, sua função, utilidade e variedade em tipos, que verdadeiramente de alguma forma possuía em si mesmo a propriedade daquele de quem provinha, o que se confirma nos dois casos anteriormente comentados, muitos próximos no tempo da nossa atualidade, o que deve nos levar a não cair na rápida crítica histórica, anacrônica e injusta, portanto, das leis do Antigo Testamento referentes ao uso de sangue animal, por considerar-se como sede da vida, do vital, a alma do animal. Achar que no sangue residia a vida, a psykhé do seu proprietário foi algo suposto até 300 anos atrás por homens de ciência na Europa.

A Bíblia não é um livro científico, nem de medicina, nem de astronomia, nem de matemática e nem de biologia

Como disse o Concílio Vaticano II em sua constituição dogmática Dei Verbum, em seus números 11 e 12, “os livros da Escritura ensinam com certeza, fielmente e sem erro a verdade que Deus, para nossa salvação. (...) Importa, além disso, que o intérprete busque o sentido que o hagiógrafo em determinadas circunstâncias, segundo as condições do seu tempo e da sua cultura, pretendeu exprimir e de fato exprimiu servindo se os gêneros literários então usados. Com efeito, para entender retamente o que autor sagrado quis afirmar, deve atender-se convenientemente, quer aos modos nativos de sentir, dizer ou narrar em uso nos tempos do hagiógrafo, quer àqueles que costumavam empregar-se frequentemente nas relações entre os homens de então”.

A Bíblia não deve ser lida como um livro de ciência e seus textos não devem ser lidos fora do contexto cultural de sua época. Como disse Santo Agostinho no século V, “a Bíblia não nos ensina como vai o céu, e sim como se vai ao céu”.

O Antigo Testamento à luz do Novo Testamento

Ler o Antigo Testamento deve levar a ler o Novo. A Bíblia (Antigo e Novo Testamentos) é o livro do Povo de Deus, o meio pelo qual Deus foi educando e continua educando seus filhos. A salvação se desenvolve no tempo e foi sendo revelada na história. Como diz a Carta aos Hebreus em seu início, “Muitas vezes e de modos diversos falou Deus, outrora, aos pais pelos profetas; agora, nestes dias que são os últimos, falou-nos por meio do Filho” (Hb 1,1-2).

O Concílio Vaticano II, na Dei Verbum, dirá que “Foi por isso que Deus, inspirador e autor dos livros dos dois Testamentos, dispôs tão sabiamente as coisas, que o Novo Testamento está latente no Antigo, e o Antigo está patente no Novo. Pois, apesar de Cristo ter alicerçado à nova Aliança no seu sangue, os livros do Antigo Testamento, ao serem integralmente assumidos na pregação evangélica adquirem e manifestam a sua plena significação no Novo Testamento, que por sua vez iluminam e explicam” (DV cap. 4. 16).

Além disso, justamente antes, explicou que “a ‘economia’ do Antigo Testamento destinava-se sobretudo a preparar, a anunciar profèticamente e a simbolizar com várias figuras o advento de Cristo, redentor universal, e o do reino messiânico. Mas os livros do Antigo Testamento, segundo a condição do gênero humano antes do tempo da salvação estabelecida por Cristo, manifestam a todos o conhecimento de Deus e do homem, e o modo com que Deus justo e misericordioso trata os homens. Tais livros, apesar de conterem também coisas imperfeitas e transitórias, revelam, contudo, a verdadeira pedagogia divina” (DV cap. 4. 15).

A leitura, portanto, das passagens do Antigo Testamento deve ser feita sempre, especialmente nas passagens que revestem um ponto de vista dogmático ou moral, sob a luz do Novo Testamento, já que a perfeição chegou com Cristo. Fica claro que a leitura da Bíblia deve ser feita a partir de sua totalidade.

Algumas passagens pertinentes do Novo Testamento

Já o apóstolo São Paulo deixou claro na Carta aos Gálatas que, “antes que chegasse a fé, nós éramos guardados sob a tutela da Lei para a fé que havia de se revelar. Assim a Lei se tornou nosso pedagogo até Cristo, para que fôssemos justificados pela fé. Chegada, porém, a fé, não estamos mais sob pedagogo” (Gl 3, 23-25).

Um texto similar da Carta aos Hebreus recorda a inutilidade dos sacrifícios animais diante do único e somente válido sacrifício de Cristo na Cruz: “Possuindo apenas a sombra dos bens futuros, e não a expressão própria das realidades, a lei é totalmente incapaz, apesar dos mesmos sacrifícios sempre repetidos, oferecidos sem fim a cada ano, de levar à perfeição aqueles que se aproximam de Deus. (...) Mas, ao contrário é por meio destes sacrifícios que, anualmente se renova a lembrança dos pecados. Além do mais, é impossível que o sangue de touros e de bodes elimine os pecados.” (Hb 10, 1.3-4).

Jesus dá perfeito cumprimento às leis de Moisés, à Lei em seu conjunto, à Torá, porque, como nos recorda o evangelista Mateus, “Digo-vos que aqui está algo maior do que o Templo. (...) Pois o Filho do Homem é senhor do sábado” (Mt 12, 6.8)

O texto do Novo Testamento que as Testemunhas de Jeová citam a seu favor

Anteriormente, deixamos para mais adiante uma passagem do Novo Testamento que avalizava a teoria das Testemunhas de Jeová. Agora é um momento de considerá-la, levando em consideração o que foi comentado nas seções anteriores.

Só existe uma passagem onde expressamente se menciona o uso do sangue no Novo Testamento, e é o relato do Concílio de Jerusalém, no qual, após a discussão dos diversos pontos de vista entre as facções ou comunidades cristãs de Pedro, Paulo e Tiago em referência ao comportamento imposto aos gentios e aos cristãos provenientes do judaísmo – é a abertura da evangelização muito além dos limites judaicos e o reconhecer que práticas do judaísmo podiam permanecer e quais se manteriam frente à irrupção que a mensagem e a pessoa de Jesus Cristo supôs – chega-se à conclusão seguinte, após a fala do representante das comunidades mais próximas do judaísmo, Tiago: “De fato, pareceu bem ao Espírito Santo e a nós não vos impor nenhum outro peso além destas coisas necessárias: que vos abstenhais das carnes imoladas aos ídolos, do sangue, das carnes sufocadas e das uniões ilegítimas” (Atos 15, 28-29).

Para compreender este texto, analisemos outro que dará luz ao que ocorreu aqui:

Posteriormente, Pedro e Paulo se encontram em Antioquia e Pedro, que seguia as normas das refeições dos gentios, aos chegarem membros das comunidades cristãs de Tiago, deixará de comer com eles e se sentará à mesa dos cristãos provenientes do judaísmo. Diante disto, Paulo jogará na cara de Pedro seu comportamento e lhe dirá que a justificação se dá pela fé e não pelas obras da lei (de Moisés) (Gl 2, 11-21). Certamente, aqui não se menciona o sangue nem de que preceitos alimentares estavam falando, ainda que se pode supor que alguns membros voltavam a comportar-se como antes, sem levar em conta o que foi dito no Concílio de Jerusalém.

Na Carta aos Romanos, (Rm 14, 1-23), Paulo oferece uma solução conciliadora para que os costumes alimentares dos gentios não “entristeçam” (Rm 14, 15) os cristãos vindos do judaísmo, pedindo-lhes que não escandalizem os “fracos na fé” (Rm 14, 1): “Acolhei o fraco na fé sem querer discutir suas opiniões. Um acha que pode comer de tudo, ao passo que o fraco só come verdura. (...) Se por causa de um alimento teu irmão fica contristado, já não procedes com amor. (...) Porque o Reino de Deus não consiste em comida e bebida, mas é justiça, paz e alegria no Espírito Santo”.

E já em uma carta pastoral como a de Timóteo, ainda que em um contexto contra as ideias dos gnósticos, podemos ler que “tudo o que Deus criou é bom, e nada é desprezível (os alimentos que Deus criou), se tomado com ação de graças, porque é santificado pela Palavra de Deus e pela oração” (1 Tm 4, 4-5).


As transfusões de sangue

Sobre as transfusões sanguíneas, que não existiam na época do Antigo e do Novo Testamentos, não se diz nada na Bíblia. No entanto, como o sangue era considerado como sede da vida e algo ligado à própria pessoa em sua cultura semítica, poderíamos pensar que a transfusão de sangue deveria ser negada por igual princípio: não seria permitido colocar sangue de uma pessoa em outra, não se poderia colocar o nefesh, a psykhé de uma pessoa em outra, é algo óbvio.

Pessoalmente, não concordo com considerar que, como a Bíblia não fala de transfusões, estas são permitidas por ela. E mais ainda, acabamos de dizer, que tivessem existido transfusões naquela época, também teriam sido negadas. Mas não é este o critério de leitura e interpretação bíblica, e sim a busca do sentido da proibição mosaica, que reside, como dissemos, na crença científica errônea – hoje sabemos disso – da residência do vital do ser humano ou do animal no sangue. Portanto, esta lei moral e alimentar está baseada em uma concepção científica errônea, que inclusive no século XVII vimos com um exemplo, era considerada pela própria ciência médica hematológica.

A leitura correta da Bíblia diante das transfusões é que é uma prática puramente médica diante da qual a Bíblia e a Igreja não têm nada a dizer, ao não ir contra a moral natural nem a lei positiva de Deus, sendo, em todo caso, uma prática adequada e necessária frente à qual a Igreja se pronunciou favoravelmente, uma vez que se estabeleceu cientificamente no século XX quais eram suas classes, com a descoberta dos tipos A, B, O e AB, e começou-se a compreender a ciência das transfusões.

Conclusão

Usar o sangue (como bebida ou de qualquer outra forma) está ligado absolutamente à alimentação das partes animais, criaturas de Deus e abençoadas por Deus em todas as suas partes, e não ao uso da vitalidade ou da alma (animal), ou à suposta aquisição de propriedades animais. Qualquer crença em sentido contrário se baseia em um conhecimento científico inadequado do tecido sanguíneo, que hoje em dia não podemos manter.

Devemos entender que alguns preceitos da antiguidade têm seu sentido somente no contexto de sua época e se baseiam em concepções pré-científicas. Se é este o caso, como mostramos, não podemos manter sua extensão à atualidade como fazendo parte da lei divina. Foram leis que tiveram sua vigência em certos momentos para o povo de Israel, mas que hoje não têm, dado que temos um conhecimento maior da realidade criada.

Por outro lado, a transfusão sanguínea é um método da ciência de extraordinária ajuda para a vida do receptor em inúmeras situações médicas orientadas sempre à vida e nunca contra o doador. É por isso que neste ponto citamos as palavras de Cristo em referência ao valor da vida frente a qualquer prescrição da Lei:

“Partindo dali, entrou na sinagoga deles. Ora, ali estava um homem com a mão atrofiada. Então perguntaram-lhe, a fim de acusá-lo: ‘É lícito curar aos sábados?’ Jesus respondeu: ‘Quem haverá dentre vós que, tendo uma só ovelha e caindo ela numa cova em dia de sábado, não vai apanhá-la e tirá-la dali? Ora, um homem vale muito mais do que uma ovelha! Logo, é lícito fazer o bem aos sábados’.” (Mt 12, 9-12).

É por tudo isso que a negativa da seita das Testemunhas de Jeová de usar o sangue, seja como comida, bebida ou de qualquer outra forma, ou negar-se a receber transfusões de sangue por ser um mandato divino pela vitalidade supostamente residir no sangue, a parte anímica do ser vivo, é um erro.

domingo, 2 de agosto de 2009

HERMENÊUTICA BÍBLICA


HERMENÊUTICA BÍBLICA
NOÇÕES SOBRE HERMENÊUTICA BÍBLICA


DEFINIÇÕES:
A palavra hermenêutica é uma transliteração do termo grego hermeneutike.
Hermeneutike é derivado do verbo hermeneuo que pode ser traduzido por explicar. Em Lucas 24:25-28 encontramos a palavra hermenia = explicou, como a raiz da palavra sendo hermenêutica. Sendo assim , hermenêutica é a ciência que nos ensina os princípios, as leis e métodos de interpretação.

A Hermenêutica como ciência ( princípio ) e a arte ( tarefa ) do sentido do texto.
- Como ciência a hermenêutica enuncia princípio, investiga as leis do pensamento e da linguagem e classifica seus fatos.
- Como arte, ensina como esses princípios devem ser aplicados e comprova a validade deles.
A finalidade da hermenêutica é revelar o sentido da verdade bíblica. Isto nos leva a pergunta o que é a verdade? No antigo testamento a verdade é “emeth” que significa ser firme. É a verdade como uma característica de Yavé, pois as palavras de Yavé atuam como regras de verdade. Este era o fundamento da sociedade hebraica.
No novo testamento a verdade é Aletheia tem significado de algo que não esta oculto, o que é revelado.

ALETHEIA e suas dimensões no N.T.
a) Ética – Rm. 1:18.
b) Validade e Constância – Ef. 4:21.
c) Fidelidade e Veracidade – Rm. 3:7.
d) Verdadeira Fé – 2 Co. 13:8.

CONSIDERAÇÕES SOBRE A INTERPRETAÇÃO DA BÍBLIA.
a) Foi escrita num idioma diferente do nosso e com suas particularidades além de sua antigüidade.
b) Suas expressões falaram sobre pessoas, lugares, idéias, e conceitos que culturalmente nós não temos.
c) Não devemos permitir que nossos pressupostos influenciem na interpretação do texto.

REQUISITOS PARA O INTERPRETE
a) Estar em harmonia com autor da bíblia.
b) Crer na inspiração plenária e na inerrância das escrituras. II Pe. 1:21.
c) Se entender como profeta, “aquele que fala por Deus ao homem, ou mais especificamente, aquele que traz as palavras de Deus ao homem. Ex. 7:1.; Deut. 18:18 ; Is 8:11.
d) Ter humildade. Sabendo que todo o conhecimento procede Deus e nos confirmado pelo Espirito Santo. Jo. 14:26; I Ts 2:13.; I João 5:912; I Co. 2:7-13.

A HERMENÊUTICA E A SUA RELAÇÃO COM A EXEGESE.
Enquanto a HERMENÊUTICA estuda e sistematiza os princípios e técnicas, com as quais, partindo de determinados pressupostos, se busca compreender o sentido original do texto bíblico; A EXEGESE, designa a prática destes princípios e técnicas; e aplicação, designando a busca da relevância do texto ao nosso contexto específico. A exegese pode ser definida como a verificação do sentido do texto bíblico dentro dos seus contextos históricos e literários. A exegese é a interpretação propriamente dita da bíblia, ao passo que hermenêutica consiste nos princípios pelos quais se verifica os sentidos.
PRINCÍPIOS DE INTERPRETAÇÃO
a) Histórico – cultural – Considera o ambiente cultural do autor, a fim de entender suas relações, referências e propósitos.
b) Contextual – Considera a relação de uma passagem com o corpo todo do escrito de um autor, para melhores resultados de uma compreensão proveniente de um conhecimento do pensamento geral.
c) Gramatical – (Lexico – sintática) – atenta para a compreensão das definições de palavras e suas relações umas com as outras a fim de compreender com maior exatidão o significado que o autor tencionava transmitir.
d) Histórica - é impossível entender um autor e interpretar corretamente suas palavras sem que ele seja visto à luz de suas circunstâncias históricas.
e) Teológica – estuda o nível de compreensão teológica na época da redação a fim de averiguar o significado texto para seus primitivos destinatários.
f) Criticismo ou crítica bíblica – surgiu com a pretensão de tornar científicos os estudos bíblicos, ou seja, faze-los compatíveis com o modelo científico e acadêmico da época. É utilizado pelo liberalismo teológico. Trata-se sem dúvida de uma hermenêutica racionalista. Ao invés da revelação governa a razão, a razão é que determina a revelação.
g) Alegórica – Segundo este método, as passagens das escrituras teriam quatro sentidos : um literal, e três sentidos espirituais: moral, alegórico e anagógico. O sentido literal seria registro do que aconteceu (o fato); o sentido moral conteria a exortação quanto a conduta (o que fazer) ; o sentido alegórico ensinaria uma doutrina a ser criada (o que crer) , e o sentido anagógico apontaria para uma promessa a ser cumprida (o que esperar). Este método fornece esplêndidas interpretações, todavia poderá desviar o interprete do verdadeiro sentido texto.

ESTUDANDO AS FIGURAS DE LINGUAGEM
Ocorre quando uma palavra ou expressão é usada em sentido diferente daquele que lhe é próprio. Baseiam-se em certas semelhanças ou em relações definidas.

A METÁFORA – é uma figura de linguagem em que um objeto é assemelhado a outro, afirmando ser o outro, o falando de si mesmo como se fosse o outro.
Ex: Salmo 18:2. – Lc. 13: 32
Existem dois tipos de metáforas na bíblia.
a) antropopatismo – atribui-se a Deus emoções, paixões e desejos humanos ( Gn. 6-6; Deut. 13:17; Ef. 4:30).
b) Antropomorfismo - Atribui-se a Deus membros corporais e atividades físicas ( Êx. 15:16; Sl. 34:16; Lam. 3:56; Zac. 14:4; Tg. 5:4).e parábolas.

ALEGORIAS E PARÁBOLAS – a alegoria se caracteriza pelo uso de alguma história ou fato que se admite. Sl. 80: 8-15; Jo. 10.1-18. Diferencia-se da parábola devido ao fato de que , a parábola é em si mesma a suposta história ou fato.
¨A parábolas usa palavras em sentido literal, e sua narrativa nunca ultrapassa os limites daquilo que poderia ter acontecido.
"A alegoria usa palavras no sentido metafórico, e sua narrativa, ainda que em si mesma seja possível, é manifestamente fictícia.

EUFEMISMO – Consiste numa linguagem light (branda), para evitar impacto (At. 7.60) “e quando disse isto, adormeceu”.

HIPÉRBOLE – de uso vasto, consiste no uso de um exagero retórico (Gn. 22:17; Deut. 1:28; II Crô. 28:4).
IRÔNIA – Contém censura ou ridículo camuflado de louvor ou elogio ( Jó. 12:2; I Reis 22:15; I Co. 4:6 ... I Co. 4:8; I Reis 18:27.

O GNOSTICISMO EM PAUTA


ORIGEM

O Gnosticismo denomina uma corrente de pensamento que surgiu antes do início do cristianismo primitivo. Alguns pais da Igreja como Tertuliano , Irineu e Hipólito, defendiam que a filosofia grega (Platão, Aristóteles, Pitágoras , Zenão) era a principal fonte da heresia gnostisca. Porém, outros estudos mostram que o gnosticismo veio do Oriente, onde foi influenciado pelas religiões da Babilônia e da Persia. Os mitos cosmológicos atestam sua origem babilônica, enquanto seu dualismo extremado o relaciona com a religião gnóstica da área persa. O gnosticismo apareceu na em solo judaico, particularmente em Samaria, lá assumiu uma forma judaica. Foi esta a forma de gnosticismo existente por volta do início da era cristã. e que os apóstolos encontram com Simão, o mágico, que andava pela Samaria. Daí em diante começou a desenvolver-se uma escola gnóstica dentro da esfera cristã, com elementos derivados do cristianismo. Conforme At8.9-24, Simão, o mágico, se identificava com "o poder de Deus" e portanto, petendia ser uma figura messiânica. Também proclamava a libertação da lei. Ensinava que a salvação vinha, não por intermédio de boas obras. pela fé nele.

DEFININDO O GNOSTICISMO

O termo gnosticismo está relacionado com diversas correntes de pensamento que surgiram nos primeiros séculos da era cristã, como já dito acima. Este termo é proveniente do grego "Gnosis", que significa "conhecimento" ou "sabedoria". Esse sistema se caracterizava por especulações místicas e cosmológicas, e também uma forte ênfase dualista entre o mundo do espírito e o mundo material. Para o gnosticismo a salvação consistia em livrar o espírito de sua servidão da esfera material. (essa libertação permitiria ao ser humano ascender novamente ao mundo espiritual, ao mundo da luz de onde viera). Esse movimento tornou-se desafio para os líderes do II século. Em sinopse, acreditavam ser a materia, incluindo o corpo, uma prisão inerentemente limitante ou até mesmo um obstáculo maligno para a boa alma ou espírito do ser humano e que o espírito essencialmente divino, uma "centelha de Deus" , habitava o túmulo do corpo. Por isso, era necessário uma percepção superior
(gnose) dos gnóticos; essa percepção era uma forma de sabedoria esotérica que prporcionava conhecimento que eleva o ser a uma dimensão superior. O Gnosticismo ensinava que a salvação vinha do homem por meio de mistérios que eram peculiares ao seu próprio sistema. No sistema gnóstico a salvação significa alcançar um tipo especial de conhecimento. Tal gnose ou conhecimento implicava reconhecer a verdadeira origem celestial do espírito e sua natureza divina essencial como uma parte do próprio Ser de Deus, e Cristo como mensageiro espiritual imaterial enviado por esse Deus desconhecido icognoscível para buscar e resgatar as centelhas despersas de seu ser, ainda aprisionados em corpos materiais. Os Gnóstocps ensnavam que a encarnação de Jesus não era real, mas que Ele tinha apenas a essência de um ser humano. O gnosticismo enfatizava e encentivava um tipo de ecletismo espiritual, o sigilo e a divisão da igreja primitiva. o gnosticismo tomou de empréstimo certos elementos do cristianismo e os introduziu em seu contexto geral de salvação. Cristo por exemplo, era considerado pelos gnósticos como o salvador, visto que diziam ter sido Ele que trouxera o conhecimento salvífico ao mundo. Mas este não é o Cristo da Bíblia, O Cristo do gnosticismo era uma essência espiritual que emanara de forças cósmicas. Este Cristo não poderia ter assumido a forma de homem. Quando apareceu sobre a terra, diziam os gnósticos, só parecia ter corpo físico. Ao mesmo tempo os gnósticos também ensinavam que esse Cristo não sofreu nem morreu. O sofrimento e a morte de Cristo não tinham importância alguma para os gnosticismo, Ele apenas iluminou os homens. Ele foi o transmissor do conhecimento místico que o homem necessita para iniciar no caminho de volta para a luz.

O PENSAMENTO TEOLÓGICO DO SÉCULO XIX


O PENSAMENTO TEOLÓGICO DO SÉCULO XIX
O pensamento teológico desenvolvido no século XIX, a partir das idéias de Scheleirmacher, foram apoiadas no romantismo, em oposição ao racionalismo.
O romantismo, ao mesmo tempo que designa um movimento histórico, marcante nos séculos XVIII e XIX, designa também uma corrente filosófica, que veio a influenciar fortemente a religião, a ética e a teologia, notadamente, contra o idealismo. Em quanto movimento histórico, o romantismo assume uma posição contrária as tradições fundadas no racionalismo, procurando fundamentar o pensamento e ação em bases liberais, apoiadas na imaginação e nas emoções, no lugar da razão rígida. Enquanto corrente filosófica, o romantismo se opõe ao idealismo alemão, produzindo a filosofia de Schiller, Fitchte, Sceling e Sscheleirmacher, em oposição a Hegel. Para o idealismo hegeliano, o absoluto esta no campo do espírito supremo, que faz pensar, enquanto para o romantismo, o absoluto está no campo da arte, que impacta, provocando emoções. Para o idealismo, Deus é o espírito absoluto, para o romantismo, Deus é o artista supremo.
São considerados parteiros da teologia moderna, Telhard de Chardin e Karl Rahner, entre os católicos; Scheleirmacher, Kierkegaard e Barth entre os protestantes, Berdiziev e Bulgakov, entre os ortodoxos.
Teilhard Chardin, eliminando a metafísica clássica, procura fazer teologia com os recursos da ciência moderna, notadamente a teoria da evolução. Karl Rahner, procura fazer teologia pelo princípio antropológico, afirmando que enquanto o homem medieval fazia teologia a partir do mundo, nós precisamos pensar a teologia de nós mesmos. Berdiaiev mostra o desafio de se fazer teologia a partir da compreensão de Deus na experiência existencial, como comunhão de espírito e participação no ser. Bulgakov procura fazer teologia a partir da concepção de Deus como sabedoria universal, promovendo uma espécie de culto da sabedoria, em contraste com o sacrifício de tolos, mostrando que o selo da verdadeira sabedoria toca todas as coisas. Scheleiermacher, procura fazer teologia substituindo o conhecimento de Deus pelo sentimento de inteira dependência de Deus. Kierkegaard, procura fazer teologia a partir da compreensão do homem como um ser existente, profundamente marcado pela angustia. Barth procura mostrar em sua reflexão teológica que Deus é Deus para o homem e para o mundo e que a Palavra de Deus, é fundamental na reorientação do homem no mundo, porque Deus é a verdade suprema.

- A TEOLOGIA ROMÂNTICA

A concepção de teologia romântica está ligada ao nome de Friedrich Daniel Ernest Scheleirmacher (1768-1834). Natural de Breslávia, na Alemanha. Tornou-se famoso no campo da filosofia, com a interpretação romântica da religião, que consistia na retomada do pensamento de Platão, com que se torna precursor da hermenêutica moderna. Sustentou a existência da unidade entre o espiritual e o sensível no amor, afirmando com base em Platão, o caráter sagrado do amor.

Teologia do Antigo Testamento




MUDANÇA DE ÊNFASE NO ESTUDO DO VELHO TESTAMENTO
Nenhum livro do mundo tem sido estudado com tanto carinho, em tantas línguas e por tanto tempo como a Bíblia. Nenhum outro livro tem provocado a produção de tantas obras literárias. Vai se mudando o centro de interesse na Bíblia de acordo com as controvérsias teológicas de época em época. O Concílio de Trento decretou dogmaticamente a Bíblia Latina como o texto de autoridade para a igreja Católica. Mas antes da Reforma alguns eruditos começaram o estudo dos textos hebraicos e gregos da Bíblia. Surgiram controvérsias sobre o verdadeiro texto da Bíblia e a sua interpretação, mas não havia discórdia quanto à natureza essencial da inspiração divina das Escrituras. Devido a concepção estática da inspiração da Bíblia antes da Reforma, todas as partes da Escrituras eram consideradas de igual valor, sem se tomar em consideração a data, o autor do livro ou as suas características literárias. Pouca ou nenhuma atenção se dava à diferença entre a prosa e a poesia, alegoria e narrativa, drama e história, cerimônias temporárias, verdades eternas, ou aos vários outros característicos literários. Surgiram no décimo oitavo século novos métodos de se estudar a Bíblia. Com a aplicação das teorias do racionalismo, levantaram-se dúvidas sobre as premissas fundamentais das doutrinas teológicas da religião cristã. Estes novos dogmas do racionalismo ameaçaram minar os fundamentos venerados dos teólogos ortodoxos da época. Os novos intérpretes deram ênfase à produção humana das escrituras. Levantaram dúvidas sobre as datas e os autores tradicionais de vários livros do Velho Testamento. Os livros do Pentateuco, segundo a nova crítica, por exemplo, foram escritos muito tempo depois da época de Moisés, e representaram apenas tradições históricas. Com esta nova ênfase no processo humano que produziu as Escrituras da Bíblia, ficou quase perdida a convicção de que houvesse qualquer revelação de Deus no Velho Testamento. Para alguns a Bíblia era um livro puramente humano. Mas nem todos os seguidores da nova escola crítica eram inimigos da fé, como afirmaram alguns de seus oponentes. Havia alguns que não tinham alguma objeção em sujeitar a bíblia a crítica mais severa possível, enquanto isto se fizesse com o desejo de descobrir e seguir a verdade. Mas infelizmente o novo método tornou-se para alguns uma investigação friamente científica, sem o devido reconhecimento dos seus característicos peculiares e sem observarem devidamente a natureza da origem das suas verdades imperecíveis. Com o desenvolvimento da ciência no décimo nono século, e a promulgação da teoria darwiniana da evolução, a Bíblia perdeu ainda mais da sua influência e prestígio. Ficou desacreditada, especialmente como livro científico, e muitos rejeitaram, nesta base, a sua origem e a sua autoridade divina. Mas os estudantes cuidadosos descobriram sua resposta, de fato evidente, nas páginas da própria Bíblia, tendo em vista que ela não foi escrita como obra científica, mas como uma revelação divina, que se apresenta pelas comunicações de homens com Deus, de acordo com a cultura da época e a capacidade dos escritores de entendê-la. O novo conhecimento do fundo cultural da Bíblia, acumulado nos últimos anos, põe em relevo os característicos distintivos da religião e das escrituras do Antigo Testamento. Com o novo conhecimento das ciências bíblicas, vai-se mudando a defesa da Bíblia como a mensagem de Deus. Entre seus defensores criteriosos, perdeu-se o receio da crítica literária e histórica das Escrituras. Se Moisés não escrevesse os cinco livros do Pentateuco, na forma que tem em nossa Bíblia, por exemplo,e se fossem editados séculos depois do acontecimento dos eventos que recordam, sabe-se agora que isto não nega o valor histórico dessas obras. À luz do novo testamento da história dos povos contemporâneos, verificaram-se os fatos mais importantes da história dos hebreus. É claramente verificado, e geralmente reconhecido, que a sociedade patriarcal apresentada no livro de Gênesis é semelhante a dos hurianos, um povo contemporâneo de Abraão, Isaque e Jacó. Até os costumes e as práticas dos dois povos eram semelhantes. A literatura dos hurianos, como os seus contratos de casamento e várias outras qualidades de documentos que descrevem os seus negócios e as sua atividades de dia em dia por alguns anos, demonstra as semelhanças entre a vida social dos hurianos e a dos patriarcas bíblicos.
Enfim, a crítica literária e histórica não modifica essencialmente a interpretação dos eventos históricos que deram origem ao culto de Javé pelo povo de Israel. A crítica não pode modificar as evidências abundantes da certeza absoluta do povo de Israel de que Javé tomou como a iniciativa no estabelecimento da sua fé, e da sua vida como o povo escolhido do Senhor. A psicologia da religião e o estudo das religiões comparadas ajudam no entendimento dos característicos dos ideais distintivos do Antigo Testamento e o valor imperecível das suas verdades divinas. De interesse são as obras publicadas desde 1904 sobre a Teologia do Velho Testamento. A tarefa de teólogo do Antigo Testamento, segundo Davidson, é a de apresentar as verdades da religião de Israel organicamente, mostrando como uma verdade surgiu de outra que a precedeu. Assim Deus implantou as verdades de seu reino na vida religiosa de Israel, o seu povo, As verdades do reino de Deus se apresentam em termos da história , das instituições e da vida do povo de Israel. Há um distinção definitiva entre a teologia do Velho Testamento e a do Novo Testamento. A teologia dos judeus baseia-se principalmente nos seus livros canônicos do Antigo Testamento. Os mulçumanos acrescentam ao Velho Testamento os ensinos de seu profeta. Ora, os cristãos reconhecem a conveniência de tratar a teologia de cada uma das duas partes da nossa Bíblia separadamente, cuidando de não ler no Antigo Testamento ensinos distintivos do Novo. Nem se deve obscurecer as diferenças entre os ensinos das duas partes. É necessário, todavia, do ponto de vista cristão, reconhecer que as doutrinas teológicas do Novo Testamento ficam enraizadas na teologia do Antigo, e que a teologia do Velho Testamento chega à plena fruição na teologia do Novo Testamento. Alguns teólogos cristãos preferem escrever sobre a teologia bíblica. Assim começam com as doutrinas do Antigos Testamento e mostram como se desenvolveram no Novo. É claro que este método tem algumas vantagens, mas tem a tendência de olvidar os característicos distintivos e as riquezas peculiares de cada uma das divisões. Não se deve ler o Velho Testamento como texto científico da história, pois que trata das experiências religiosas do povo de Israel com o seu Deus. Escritores bíblicos, de épocas diferentes, interpretaram os acontecimentos na sua vida nacional de pontos de vista diferentes. Um estudo cuidadoso mostra que há três fontes da teologia do Velho Testamento representadas logo período de desenvolvimento, que culminou nas doutrinas teológicas dos profetas canônicos. A corrente principal se originou da revelação de Javé ao povo de Israel por intermédio de Moisés, a redenção e a escolha de Israel para o serviço de seu Deus. Depois Javé identifica-se como El Shadai, o Deus de Abraão, e assim a fé patriarcal integrou-se com a teologia bíblica. A terceira fonte, a influência dos vizinhos na religião de Israel, é mais difícil avaliar. Os mensageiros do Senhor lutavam heroicamente para purificar a sua religião das influências piores dos povos contemporâneos, mas não há dúvida de que os israelitas incorporaram algumas das festas e cerimônias religiosas dos povos cananeus no seu culto ao Senhor. Mas na teologia dos profetas esta influência foi reduzida ao mínimo, mais ou menos como o cristianismo livrou-se, em grande parte, das influências do paganismo. Há sempre oposição aos novos métodos de estudar a Bíblia, e a mudança de ênfase na interpretação de seus ensinos. Escrito por muitos autores, através de um longo período, com psicologia e cultura peculiares, o Velho Testamento oferece dificuldades para o leitor moderno que não tem conhecimento do seu fundo cultural. Por isso a leitura da bíblia esta sendo muito negligenciada pelo povo em geral. Por outro lado, o estudo das ciências bíblicas por especialistas está tirando tesouro das Escrituras coisas novas e velhas.

sábado, 1 de agosto de 2009

Homossexualismo: Psicóloga cristã que afirmava curar gays será censurada

Homossexualismo: Psicóloga cristã que afirmava curar gays será censurada

Por unanimidade, o Conselho Federal de Psicologia (CFP) condenou nesta sexta-feira a psicóloga Rozângela Justino por tentar, por meio de terapia, converter gays e lésbicas para heterossexuais. A terapeuta, que há 20 anos trabalha em supostos tratamentos contra a homossexualidade, receberá uma censura pública por fazer consultas prometendo a “cura” e não pode continuar essa prática. O exercício da psicologia em outras situações, no entanto, está permitido.

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“Haverá uma fiscalização do Conselho Regional do Rio para evitar que ela descumpra a decisão. Ela não pode em hipótese alguma fazer referência a qualquer tipo de tratamento ou de mudança de comportamento no sentido de atingir as pessoas com orientação homoafetiva”, explicou o presidente do Conselho Federal de Psicologia, Humberto Verona.

“Um psicólogo não pode prometer a cura do homossexualismo. Ele pode ouvir as aflições de um homossexual ou de um heterossexual, mas em hipótese alguma pode prometer uma cura”, ressaltou Verona. Uma resolução do conselho de 22 de março de 1999 afirma que a homossexualidade “não constitui doença, nem distúrbio e nem perversão”.

Em seu blog pessoal, Rozângela expõe artigos sobre uma hipotética “ditadura gay” e diz integrar o “Movimento de Apoio ao Ser Humano e à Família”, “composto por profissionais que valorizam o ser humano e a família segundo os princípios cristãos”. Em diversos textos, a psicóloga afirma apoiar pessoas que desenvolveram “transtornos afetivos, comportamentais e sexuais” e informa não obrigar nenhum paciente a se transformar em heterossexual.

“A minha condenação abrirá um precedente para que mais psicólogos sejam julgados e condenados por apoiar os que voluntariamente desejam deixar a atração pelo mesmo sexo”, alega. “Esta mordaça vem sendo colocada, ao longo dos anos, em líderes de instituições de apoio ao ser humano e à família que professam a fé cristã e que apoiam os que voluntariamente desejam deixar a homossexualidade, diz em seu blog.

Pós-graduada com a tese “Uma possibilidade de resgate da heterossexualidade”, Rozângela Justino disse se sentir “amordaçada” após a condenação imposta pelo Conselho de Psicologia. Utilizando peruca, óculos escuros e máscara cirúrgica, ela confirmou que continuará promovendo tratamentos contra a homossexualidade e aconselhou que gays insatisfeitos com sua orientação sexual procurem tratamento médico.

“Estou amordaçada pelo Conselho e não posso apoiar as pessoas que voluntariamente procuram ajuda. Espero que pessoas que estão nesse estado de sofrimento procurem profissionais de suas cidades porque essa mordaça é para mim. As pessoas não estão impedidas de procurar apoio. Os ativistas gays sentem muita raiva de mim e (estou disfarçada) porque não quero ser atingida por essa ira”, comentou